sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Américo Thomaz (Lisboa, 19 de Novembro de 1894 – Cascais, 18 de Setembro de 1987)


Presidente da República entre: 9 de Agosto de 1958 e 25 de Abril de 1974


Político português, Américo Deus Rodrigues Thomaz, concluiu o curso da Escola Naval a 30 de Dezembro de 1916.
Durante a I Guerra Mundial, serviu na escolta aos navios que demandavam a Inglaterra e o Norte de França. De 1919 a 1936 trabalhou na missão hiderográfica da costa portuguesa. Enquanto Presidente da Junta Nacional da Marinha Mercante, desde 23 de Janeiro de 1940 a 6 de Setembro de 1944, sobraçou a pasta da Marinha de 6 de Setembro de 1944 a 15 de Maio de 1958, tendo remodelado a Marinha Mercante e a Escola Náutica e fundou a Escola de Marinheiros e de Mecânicos da Marinha Mercante.
A sua aparição como candidato à Presidência da República, era fruto das desavenças entre Salazar e Craveiro Lopes, o anterior Presidente, que se revelara pouco acomodatício nos últimos tempos do seu mandato. Américo Thomaz, gozando do apoio da máquina política da União Nacional e das próprias estruturas do poder de Estado, foi proclamado vencedor no pleito, em que teve de se defrontar com o General Humberto Delgado, cuja campanha dinâmica pusera inesperadamente em causa a estabilidade, se não mesmo a sobrevivência, do regime. O sobressalto causado por Delgado provocou no regime uma reacção de defesa, que consistiu na alteração do sistema eleitoral: se até aí os candidatos eram eleitos por sufrágio universal, passaram a ser eleitos por um colégio restrito, no qual as surpresas não se poderiam manifestar. Tal alteração permitiu que Américo Thomaz, último presidente do Estado Novo, tivesse sido reeleito para dois mandatos posteriores, sem oposição nem dificuldades, mantendo-se no cargo até ao golpe de 25 de Abril de 1974.
Enquanto Chefe de Estado, percorreu praticamente todo o território português. O longo e protocolar exercício da função presidencial viria a sofrer sobressaltos, não por acção das forças políticas adversas, mas pela inesperada doença incapacitante de Salazar. A evolução do estado de saúde do real dirigente do Estado colocou nas mãos de Américo Thomaz a espinhosa responsabilidade de lhe encontrar sucessor. Foi, efectivamente, sua a opção por Marcello Caetano, opção em que não obteve o apoio unânime das forças que apoiavam o regime. Demitido das suas funções em 25 de Abril de 1974, foi exilado para o Brasil, juntamente com outros altos dignitários do regime deposto, tendo-se ali mantido até que o General Ramalho Eanes autorizou o seu pacífico regresso a Portugal. Atingiu o posto de Contra-Almirante a 11 de Setembro de 1951, tendo, de 1980 a 1983, escrito “Últimas Décadas de Portugal”, em quatro volumes.

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