sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

"A Portuguesa"

Hino nacional
Com a Implantação da República a 5 de Outubro de 1910, os principais símbolos nacionais – a bandeira e o hino – foram alterados. Já aqui expusémos a bandeira republicana bem como uma possível interpretação do seu significado. Apresentámos agora, uma breve síntese daquilo que é o Hino de Portugal, “A Portuguesa”.
O hino português tem na sua origem o Ultimato de 11 de Janeiro de 1890 que os ingleses impuseram a Portugal, facto que indignou a Nação e exaltou os mais altos valores patrióticos. Não ficou imune a esta inflamação nacional Alfredo Keil, que logo quis compor uma marcha de protesto e exaltação dos valores e sentimentos pátrios. Para essa marcha escreveu depois Henrique Lopes de Mendonça os versos, surgindo depois o título da composição: A Portuguesa.
. O Hino não demorou muito, no entanto, a estar pronto, pois já em Fevereiro era conhecido popularmente, através da imprensa. "A Portuguesa" teve um impacto nacional enorme, acusando excelente receptividade da população, que se revia na letra e facilmente entoava a melodia. Daí que durante a sublevação militar de cariz republicano que deflagrou no Porto em 31 de Janeiro de 1891, a marcha dos amotinados foi precisamente "A Portuguesa". Com o advento da República em 5 de Outubro de 1910 "A Portuguesa" irrompe de novo na população, decretando-se mesmo logo em Novembro o seu respeito e homenagem pelos militares sempre que entoado. Mas só na sessão de 19 de Junho de 1911 da Assembleia Constituinte é que se proclamou "A Portuguesa" como Hino Nacional. A versão oficial só foi aprovada, porém, em 4 de Setembro de 1957, por iniciativa do ministro da Presidência Marcello Caetano.










I
Heróis do mar, nobre Povo,
Nação valente, imortal
Levantai hoje de novo
O esplendor de Portugal!
Entre as brumas da memória,
Ó Pátria, sente-se a voz
Dos teus egrégios avós,
Que há-de guiar-te à vitória!

Às armas, às armas!
Sobre a terra, sobre o mar,
Às armas, às armas!
Pela Pátria lutar
Contra os canhões marchar, marchar!

II
Desfralda a invicta Bandeira,
À luz viva do teu céu!
Brade a Europa à terra inteira:
Portugal não pereceu
Beija o solo teu jucundo
O Oceano, a rugir d'amor,
E o teu braço vencedor
Deu mundos novos ao Mundo!

Às armas, às armas!
Sobre a terra, sobre o mar,
Às armas, às armas!
Pela Pátria lutar
Contra os canhões marchar, marchar!

III
Saudai o Sol que desponta
Sobre um ridente porvir;
Seja o eco de uma afronta
O sinal de ressurgir.
Raios dessa aurora forte
São como beijos de mãe,
Que nos guardam, nos sustêm,
Contra as injúrias da sorte.

Às armas, às armas!
Sobre a terra, sobre o mar,
Às armas, às armas!
Pela Pátria lutar
Contra os canhões marchar, marchar!

"A Portuguesa" (hino). In Diciopédia X [DVD-ROM]. Porto : Porto Editora, 2006. ISBN: 978-972-0-65262-1

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